Sentir-se
seguro fica mais distante na proporção que aumenta nosso IQC “Índice Quebrador
de Cara”
Era
tão simples poder confiar. Confiar cada vez que eu ia pra piscina com papai e
ele dizia “Pula, Dedessinha” (sim, ele troca os nomes das filhas...rsrs). Eu
pulava na “piscina dos adultos”, a “piscina funda” e tinha plena convicção q
sairia de lá sã e salva, fosse pela
minha boia ou pelo meu super-papai!
Era
uma aventura frequentar essa parte do clube destinada aos adultos...MAS a gente
também vira gente grande e um dia começamos a pular em piscinas mais fundas e
sem ter ninguém para nos amparar. É o cada um por si e (tomara) Deus por todos!
Às
vezes, o pulo não passa de diversão consciente, outras de opção inconsciente e
certas vezes o pulo é apenas um ato de fuga, de tentar ver quem talvez esteja
lá, caso você afunde de vez.
Quanto
a afundar, faz parte. Não quando se é criança, mas quando a gente passa a
entender melhor que o mundo é pior do que a gente poderia imaginar. Algumas
vezes, trocamos piscinas por poços. Lá não tem luz, não tem ninguém a não ser você.
E não é tão legal.
De
vez em quando aparece alguém e te observa lá embaixo, mas todos estão ocupados
demais cuidando de seus problemas, conflitos emocionais e contas a pagar e de
boa, ninguém vai querer perder o sol brilhando em cima pra tentar convencer
quem tá em baixo a sair.
Aquele cuidado e
dedicação que nos confortou a infância toda, vai se perdendo juntamente com as
lembranças de um mundo que um dia já foi o melhor e mais perfeito lugar para se
viver.
Todos nós temos nossos
pequenos refúgios quando acreditamos que
nada mais dá certo, que o mundo conspira contra a gente, quando temos o coração
partido ou quando partimos o de alguém e bate aquele lance de “consciência
pesada”.
Ultimamente tenho
evitado pular em piscinas sem observação de alguém. Tô preferindo saltar de
abismos pra ver o que encontro lá embaixo, porque de poço, pra mim, já chega!!
(Vanessa Atem)
(Vanessa Atem)
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