quinta-feira, 3 de setembro de 2009

"O amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo supera. O amor jamais acaba."(Coríntios 13, 7-8)




Era um sábado como tantos outros...só que esse era 22 de agosto de 2009.

Levantei cedo, assim como todos os sábados, para ministrar aula, juntamente com a Daisinha.

Entre os intervalos de uma aula e outra, mta diversão: passeios, risos, lavar as moto na casa da Daíse...

Enfim, chegou a noite e com ela uma angústia que parecia não acabar.

Já em casa, assistindo filme com meu namow, de repente me veio uma sensação de Déjà Vu, mas tinha algo de esquisito...eu já havia sonhado com aquilo de verdade e sabia q não era um sonho bom...sabia, tinha certeza que algo de mto ruim estva para acontecer.

Enquanto o filme rodava, eu continuei estática e meu namorado sem entender nada.

Pouco antes, senti uma vontade de rezar, então rezei um Pai Nosso e uma Ave-Maria e pedi em oração, silenciosamente, que Papai do Céu protegesse minha família...

Meu celular então tocou. Era mamãe perguntando se eu sabia o outro número do cel da tia Andréa(única irmã dela), pois a minha avó estava em Teresina, super preocupada, sozinha no apartamento, esperando a tia Andréa chegar com o marido(tio Beto) e o único filhinho deles, o Matheus.

Falei pra minha mãe que ela só estava com aquele número q nós tínhamos e falei p ela pedir a minha avó que se acalmasse.

Depois desse telefonema, vi três pontinhos de luz brilhando no meu quarto...depois vultos. Tentei me acalmar, sem alardear ao meu namow o que eu tinha visto...tentei me convencer de que aquilo era apenas "problema na minha visão" ou qualquer coisa assim...!

mas eu continuava aflita, angustiada...

Então, o cel tocou novamente, só que dessa vez era a Tia Maria Adélia, prima da mamãe.

Nesse momento meu mundo desabou. Eu acabara de receber a notícia de que meus tios e meu priminho haviam sofrido um acidente fatal, na estrada, entre Altos e Campo Maior, já pertinho de Teresina. Uma carreta invadiu a pista do carro dos meus tios, numa curva e os três faleceram no local. O motorista da carreta foi detido pela PRF.


Eu nunca senti uma dor tão grande na minha vida toda: era um misto de revolta, indignação, medo, saudade, tortura, preocupação(afinal, minha vozinha estava SOZINHA no ap esperando eles chegarem e meu avô estava aqui, em Floriano). Fiquei apavorada...não sabia o que fazer direito. Meu corpo já não acompanhava o meu pensamento...A língua pesava, o peso do corpo todo parecia encontrar-se nas pernas...Sensação de desmaio horrível! Então, meu namorado foi comigo no quarto da minha mãe, para q eu pudesse contar o ocorrido...mas eu chorava tanto...tanto...ela logo sacou o que havia acontecido...O choro foi coletivo.

Fomos pra casa do meu vô, tiramos o tel do gancho, já q tem um aparelho no quarto dele e outro na sala, para evitar q alguém ligasse pra lá e ele acordasse e atendesse.

Mamãe ligou para algumas tias q residem em Teresina para irem ao apartamento fazer companhia p vovó, p ela não ficar sabendo pel celular ou algo assim. Tah, isso tudo foi por volta de 23:30.

A partir daí começou uma verdadeira odisséia para contar à minha vó, meu avô e a Tia Teresinha(mãe do tio Beto) sobre o ocorrido.

Liguei então para a tia Val(irmã do tio Beto) e tive que dar essa terrível notícia, já que nenhum parente do tio não sabia até então do acidente).

Lembro-me de detalhes, de cada telefonema dado e recebido, do barulho das lágrimas ao chão caíndo, da vontade de dormir e acordar e ter certeza que aquilo tudo não passava de um pesadelo.

Recordava a cada instante os momentos que passamos tds juntos, o que já fizemos e o que faríamos ainda! No fundo, ainda havia uma remota esperança de ao menos um deles ter sobrevivido.

De repente, amanheceu, tds nós passamos a noite em claro, esperando meu avô acordar para contar a tragédia. Ligar para a casa de outros parentes e amigos...ir na casa das pessoas que moravam próxima a casa dos meus avós...providenciar detalhes para receber mais tarde minha tia, meu tio e meu priminho, já sem vida. Então, na segunda-feira a tarde, eles foram enterrados no cemitério daqui de Floriano.


Posso ter usado várias palavras para descrever esse terrível acontecimento, mas nenhuma, experime com exatidão a dor que existe dentro de mim e da minha família.

Dor da palavra não dita...dor da angústia sofrida...

Dor de não poder ver, mas esperança em um dia nos reencontrar, pois creio em Deus e em Sua infinita bondade e acredito que por mais trágico qe tenha sido o final, a missão deles foi cumprida aqui na Terra. Deus tem outros planos para eles na Vida Eterna.
Amo mto vcs!





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